Aconteceu na avenida industrial - O crime da T900
Já faz um bom tempo, que as pessoas estão pedindo alguma
história lúdica sobre o nosso dia a dia profissional. Esta matéria divertida (e fictícia) fala sobre
uma série de técnicas de resolução de problemas, que fazem parte do MASP e da
Qualidade.
Enquanto você curte a história, consegue identificar os
elementos? Uma boa oportunidade para exercitar seus conhecimentos ou fazer uma atividade em grupo 😊
Boa leitura.
Aconteceu na avenida industrial
O crime da T900
O dia começou como qualquer outro dos últimos 20 anos, na
vida de Sydney Machado. Sidney acordou cedo, tomou calmamente o seu café da
manhã, dirigiu até a seu trabalho escutando as primeiras notícias da manhã. Sidney
é o tipo de pessoa que gosta de estar integrado com o seu mundo, e para isso
procura estar sempre bem-informado, e absolutamente ciente das últimas
novidades.
Sidney começou como ajudante de produção, espelhando-se no
seu pai que era metalúrgico. Sidney sempre teve uma meta de crescimento profissional,
e sempre acreditou que isso dependia única e exclusivamente do seu esforço. Hoje
Sidney é um gerente de qualidade bem-sucedido, e é o próximo na linha de
sucessão para se tornar diretor industrial da planta.
Sidney tem uma personalidade perfeccionista, e nunca se
deixou abater por nenhum problema. Um otimista incorrigível, boa companhia, excelente
colega.
Não eram ainda 7 horas da manhã, Sidney entrou com seu carro
no estacionamento, cumprimentou o porteiro da noite que estava de saída. Já
pela atitude porteiro, Sidney sentiu que seria um dia um pouco diferente. Alguma
coisa estava acontecendo na fábrica.
“Só falta o sindicato inventar uma greve hoje”, Sidney
pensou... ele estava apreensivo não era por pouco motivo: uma grande montadora
havia escolhido a fábrica de Sydney para substituir um conjunto de componentes genuínos,
que eram importados até então. A oportunidade faria com que a fábrica de Sydney
aumentasse seu faturamento, e o próprio Sidney tivesse uma projeção
profissional bastante interessante. Enfim, tudo deveria acontecer da melhor
maneira.
Como perfeccionista que sempre foi, Sidney cuidou de todos
os detalhes para o início da produção. Chegou até a convocar várias reuniões
multidisciplinares para avaliar a viabilidade da produção, bem como executar
uma análise de risco extremamente detalhada. O capricho foi tanto, que os
primeiros e-mails trocados com a engenharia do cliente, elogiaram a atuação de
Sidney e de sua equipe várias vêzes.
Já com uma certa ansiedade, Sidney atravessou a recepção, ainda
vazia, pois Dna Rosa só chegaria às 8 da manhã. Mal atravessou a portaria, quase
foi jogado para trás pela porta que dava acesso área industrial. Gilberto, o
seu braço direito, visivelmente preocupado, esperava Sidney contando os minutos...
“ Sidão, em que buraco você se enfiou que não tem
sinal de celular?? Estamos com um baita problema nas T900!”
“Bom dia Giba, como você está? Respira e conta devagar o
que é que está acontecendo”. Neste momento Sidney estava usando o que aprendeu
com a A. Naccarati sobre liderança, e como é importante manter a calma nos
momentos de crise.
“Não tem muito o que te contar”, respondeu Gilberto, “fizemos
um setup das peças T900 ontem como você acompanhou, fizemos um controle
de qualidade no protótipo, montamos o relatório para o cliente, que aprovou, e
iniciamos o processo de produção”.
“Vocês acompanharam a primeira corrida? Tudo de acordo com a
aprovação de primeira peça?” interveio Sydney.
“Sidão você me conhece, fiquei que nem um pitbull em
cima dos operadores. Toda a validação de setup
eu conferia regulagem por regulagem. Essa peça tem uma tolerância
apertada, todo mundo estava esperto” disse Gilberto olhando para o teto, como
se procurasse uma resposta dos céus.
“Ok”, disse Sidney olhando para cima como Gilberto, tentando
ver o que diabos estava observando naquele teto ... “Sejamos práticos: vamos
nos reunir e ver como podemos montar um retrabalho para as T900”
Ao ouvir isso Gilberto ficou mais branco do que ele já
estava. “Sidão, você não está
entendendo cara... todas as de T900 estão mortas!”
O crime
A situação realmente estava complicada. Com exceção da
primeira peça e a primeira corrida, todas T900 tinham sido fabricadas com
medidas à menor, em outras palavras, nada podia ser feito. Matéria-prima gasta,
horas-máquina, horas-homem, tudo desperdiçado.
“Nosso PLR foi pras
cucuias...” pensou Gilberto em voz
alta. Mas Sydney, com seu jeito pragmático, e pró-ativo de ser, reordenou seus
pensamentos, e passou a tentar saber melhor o que aconteceu.
“Giba, senta aí, ponha a cabeça em ordem, e conta tudo o
que aconteceu com essa produção. Nós não podemos chegar para o cliente com um
problema dessa magnitude, sem dar a mínima segurança de que nós sabemos o
que estamos fazendo.”
Neste momento Gilberto sentou-se, pegou um café que tinha
acabado de chegar junto com a dona Rosa, e começou a discorrer sobre os
acontecimentos do turno da noite.
“ Sidão, ontem você foi embora era quase 8 da noite, certo?
Então... logo depois o Pé-Com-Pano terminou a primeira peça. Coisa bonita de se
ver. Medida justinha! O Pé-Com-Pano pode ser meio chato, mas trabalha bem pra
caramba. Separamos essa peça como primeira peça, e depois o Pé-Com-Pano tocou o
barco para fazer a primeira corrida. Tivemos um ciclo de mais ou menos 30
minutos para fazer o lote piloto. Para agilizar mais o processo, eu chamei o
Juninho lá do setor 4, para me ajudar no controle de qualidade desse lote. Todas
as peças estavam dentro das tolerâncias. O Mano lá da engenharia tava
junto. Cheio de desenho em volta acompanhando tudo item por item. Mal o Pé-Com-Pano
terminou a corrida, o Mano já estava com as folhas de processo prontas. E tem
mais: o Magrelinho lá que o cliente colocou aqui como inspetor residente, acompanhou
tudo de perto, e passou um Zap pra fábrica dizendo que tava tudo
100%. Até tudo estar conferido e o cliente aprovar o lote piloto, já passava
das 11:00 da noite. Cara, o timing foi perfeito, todo mundo deu 110%, incluindo
o próprio cliente. Não é possível! Alguém fez alguma sacanagem com essa peça...o Magrelinho tem razão...”
A Investigação
Para Sydney, a possibilidade de uma sabotagem não fazia nenhum sentido. A fábrica possuía outras peças que teriam um impacto muito maior caso alguém quisesse prejudicá-la, e ademais, ele não tinha conhecimento de ninguém que tivesse com alguma motivação para isso.
Desta maneira, Sidney resolveu colocar em prática tudo
aquilo que ele aprendeu com aquele curso que fez com a A.Naccarati, os
consultores de qualidade da fábrica.
A primeira coisa foi juntar uma equipe e começar a trabalhar
na solução. Imediatamente o pessoal do PCP iniciou um novo processo de
fabricação, e desta vez o controle de qualidade estava medindo as peças 100%, em
2 estações como garantia. O cliente como maior interessado, mandou de volta o
Inspetor Magrelinho, acompanhado do
gerente da qualidade para resolver o problema.
Assim que as primeiras peças foram produzidas, o inspetor de
qualidade do cliente junto com o gerente da qualidade também do cliente, lacravam
os contêineres e embarcavam as peças. Já nos primeiros lotes, as peças que
chegaram no cliente estavam dentro das medidas e tudo corria normalmente.
Isso deixou o Sidney ainda mais incomodado. A produção de
hoje era exatamente igual à produção que foi feita na noite anterior, quando assassinato
das peças ocorreu. Mesma a matéria prima, mesmo operador, mesma máquina, mesmo
tudo...
Logo no início da reunião, Gilberto tomou a palavra, visivelmente
aliviado.
“Acho que nós escapamos desta. As peças estão saindo em
ordem e tudo está resolvido. Então pessoal, agora é só prestar atenção e ser
feliz!”
“Desculpa Giba, não é assim” retrucou Sydney. “Eu ainda não
acredito em bruxas. Alguma coisa muito grave ocorreu no turno da noite, e eu
não faço a menor ideia do que foi, e não pretendo continuar assim. Então vamos
começar a pensar, porque alguma coisa nós vamos ter que fazer”
“Eu acho que a primeira coisa que nós temos que fazer, é
entender qual defeito estava na nossa frente. Vamos fazer um exercício aqui
para descobrir exatamente o que pode ter acontecido”. Sidney então passou a
considerar alguns fatos:
- ü Por que o cliente devolveu nossas peças? >>>>Porque a medida estava para menor.
- ü Por que a medida foi usinada para menor? Esta era a grande pergunta. Um operador experiente com uma máquina nova acompanhado de um inspetor de qualidade... como isso passou por todo o mundo?
A equipe ficou em silêncio frente a perplexidade gerada por
esta questão, então alguém levantou e
jogou uma frase no ar:
“Só se o operador não fez a medida errada”. Durante alguns
segundos Sydney ficou olhando, como quem estivesse buscando uma explicação
lógica do porque aquela frase estava não fazia sentido . Então ele se tocou
de uma circunstância importante, a frase estava certa. Só poderia estar.
Não existia nenhuma possibilidade da peça estar sendo feita errada. Então, independente de todas as outras coisas ela foi feita corretamente.
“Então é como o Magrelinho falou: sacanearam a peça” disse Gilberto vitorioso.
“Giba, você está sugerindo que o Pé-Com-Pano está
mancomunado com o inspetor do cliente para prejudicar alguém? Eu acho que você
está viajando meu amigo” disse Sidney olhando para Gilberto com ar
jocoso.
Sidney voltou às perguntas dos porquês. Só que agora, ele
partiu de uma outra premissa:
- ü Por que a peça foi produzida errada e ninguém notou? Os instrumentos de medição estavam em bom estado e calibrados. As pessoas que mediram eram profissionais competentes e experientes. Mais um beco Sem Saída.
Nesta hora o Magrelinho, que era o apelido do
inspetor do cliente, sugeriu uma coisa:
“Gente, vamos procurar de uma maneira mais organizada, onde
pode ter acontecido um problema que tenha ofuscado as medidas que
estavam sendo tomadas.”
“ Boa”, disse Sydney. “Agora o nosso foco é achar como a
peça saiu errada, e como esse erro não foi visto”
Sydney passou a organizar algumas áreas que impactam na
produção das medidas que estavam em questão.
1-
Medida- um problema relativo à leitura da medida,
tipo um problema de paralaxe
2- Meio ambiente - situações no ambiente de trabalho que poderiam ter levado à erros de leitura ou de setup
3- Gerência - problemas de definição de processos, instruções de trabalho ou outras coisas
4-
Máquina - problemas relativos ao centro de
usinagem, problemas de manutenção ou precisão
5-
Pessoal - problemas de competência, treinamento
entre outras coisas como falha humana por exemplo.
6-
Matéria prima- problemas com o próprio material
que está sendo o trabalhado.
7-
Método- processo de trabalho, instruções e
métodos produtivos.
A equipe discutiu cada um dos 7 itens acima. Para que a
coisa ficasse mais rápida, eles meio que montaram uma tabela justificando o
porquê cada um desses itens não teria possibilidade de impactar
negativamente naquela produção. Quem não conseguisse se justificar seria o
suspeito principal.
Os suspeitos então, ficaram reduzidos à medida, que afinal era o que estava errado, e a matéria prima. Todos os outros não tinham nenhuma possibilidade de causar um impacto, e os que tinham, já haviam sido testados na produção que estava acontecendo para repor o material do cliente.
Medida e Material
“Não se trata de medir errado”, tranquilizou o Sidney. “O
que nós estamos dizendo é que tivemos um problema de leitura de uma medida. E se
isso que você estava medindo não fosse a realidade?
Algumas pessoas não conseguiram conter o riso achando que
tratava-se de uma piada...
“Pessoal, vocês lembram daquele material de nylon que nós usinamos
no início do ano?” Disse Gilberto “O cliente trouxe uma tabela de temperaturas, pois
o material variava demais dependendo do dia. Lembram que nós inspecionamos o
material e ele mudava de medida de acordo com a temperatura do dia lá fora? Pois
então, este é um exemplo de medir algo que não corresponde à realidade”.
“Cara, nós estamos falando de peças de aço! É mais
fácil os meus sapatos aumentarem e diminuírem nos dias quentes do que aquele
aço chique que tem essa peça” explodiu o Pé-com-Pano.
O fato era que a equipe só tinha essa teoria. Ao contrário
de outras muitas vezes, onde os problemas podiam ser facilmente descobertos, esse
parecia o crime perfeito.
“Gente, nós temos que
manter a cabeça aberta. Quando tivemos problemas com as peças de nylon, o que
realmente aconteceu? As peças variaram muito o seu diâmetro, por conta de um
material maleável”, ponderou Sidney.
“Verdade. aquelas peças além de serem produzidas com o material
problemático, ainda tinha um ajuste muito apertado”, disse Gilberto olhando
para a sua caneta. Assim que Gilberto disse isso, um silêncio descreveu a pergunta
que nasceu na cabeça de quase todo mundo: qual era a tolerância das T900 ???
Visivelmente aliviado, com uma teoria que não envolvia um erro da sua parte, o Magrelinho levantou e mostrou seus planos de inspeção. As tolerâncias das T900 eram milesimais.
A Teoria e o Teste
A teoria de Sydney parecia plausível. Uma tolerância tão
apertada poderia ser prejudicada por uma mínima contração do material. Mas esta
teoria tinha um problema: em que momento estas peças poderiam ter sofrido
uma variação enorme de temperatura como essa?
Gilberto chegou com as T900, todas medidas e conferidas. Sidney
então utilizou o termômetro de precisão e mediu a temperatura das peças, que
girava em torno de torno de 22°. A variação de medida entre as peças era muito
pequena. Normalmente peças com tolerâncias apertadas não podem apresentar
muitas variações. Em outras palavras, pouca margem para erro.
A equipe ficou em volta do balde de gelo que dona Rosa acabava
de trazer. Sidney pegou a meia dúzia de peças, e arrumou dentro do balde no
meio do gelo. A cada minuto ele tirava uma peça e fazia uma medição. Passados 5
minutos, as peças começaram a apresentar medidas menores, ao ponto de estarem
fora da tolerância, e desta forma consideradas peças mortas. Estávamos falando
de uma temperatura de 6°.
“ Tudo bem Sidney, isso foi divertido, mas quando essas
peças voltarem à temperatura normal, a medida vai estar certa. Então não foi
por aí”, ponderou Gilberto.
“Eu sei disso, mas o que eu estava procurando era qual variação
de temperatura seria necessária para atropelar a nossa tolerância. E
nós descobrimos que é mais ou menos 16° “ disse Sydney.
Neste momento ele chamou a equipe dirigiu-se para a fábrica.
Quando chegou na estação de trabalho, parou uma das máquinas e pediu para que a
manutenção trouxesse um maçarico. A temperatura do prédio estava a 25°. Sidney esquentou a barra de matéria prima até 45° e
pediu para o operador tocar a produção. Operador ajustou as medidas e produziu
10 peças, que foram separadas numa caixa dentro do controle de qualidade.
Assim que as peças chegaram Sidney pediu para o controle de
qualidade realizar a medição. As peças já estavam mornas, cerca de 35°. As
medidas estavam dentro da tolerância, e as peças estavam boas.
“ Bom rapaziada, eu não sei quanto a vocês, mas eu estou roxo
de fome, já passa do meio-dia e meia” disse Pé-Com-Pano.
Pela primeira vez na reunião houve uma unanimidade. E o pessoal foi para o almoço.
Fechando o caso
No meio da gritaria do jogo, Sidney ouviu o Magrelinho chamando todo mundo como um desesperado, lá do controle de qualidade. “Tão sacaneando a gente” gritava Magrelinho, -“foram lá e jogaram um monte de peça morta na caixa de teste!”
Sidney desceu as escadas com um monte de ordens embaixo do
braço. Quando chegou à sala do controle de qualidade, viu o Magrelinho
mostrando as medidas, que indicavam que aquela caixa toda estava com peças
mortas.
“Calma rapaziada, ninguém está sacaneando ninguém. Estas
peças esfriaram e contraíram. Está a 20° aqui e deve ser a temperatura que as
peças estão agora, ou seja 25° a menos da temperatura que o operador
trabalhou e produziu a medida apertada. Está aí a nossa explicação” disse
Sidney com uma cara de alívio.
“ Então a sacanagem foi esquentar a peça” disse o Magrelinho
ainda visivelmente nervoso.
“ Eu tenho outra ideia”, disse o Pé-Com-Pano. “Quando eu
assumi o turno da noite, as máquinas estavam reguladas e trabalhavam no pau
desde a parte da manhã. A gente estava com sebo nas canelas para
entregar esse pedido no dia seguinte. Eu me lembro que à noite estava meio fria
mesmo, mais tava muito bom ficar perto da máquina, porque o óleo de
refrigeração tava quentinho... Será que não foi o óleo? Afinal ontem nós
estávamos tirando leite de pedra com aquelas máquinas”.
“Sim pode ser” disse Gilberto. “Nós nunca nos preocupamos em
colocar um trocador de calor nestas máquinas. Se o operador fez a regulagem de primeira peça
com óleo assim quente, quando a peça esfriasse, ia morrer mesmo”.
Neste momento Sidney tomou a palavra e as rédeas da solução.
Dentro do processo de não-conformidade que foi enviado ao
cliente, ficou resolvido como ação corretiva, que as máquinas que produziriam
as medidas tão apertadas, seriam equipadas com trocadores de calor para
garantir a temperatura estável do óleo de refrigeração. Até lá, a engenharia
produziu uma tabela de ajuste, que deveria ser aplicada na hora do setup de máquina, para compensar altas
temperaturas que o óleo chegaria.
A equipe estava tão entusiasmada por ter descoberto uma
coisa tão complicada, que no primeiro turno da noite, depois das ações terem
sido feitas, resolveram chamar uma pizza, lá no refeitório, só pra
medir as peças quando saíssem pela manhã.
Quando tudo acabou, Sidney montou um procedimento
operacional, orientando o pessoal de vendas e engenharia, a incluir na sua
análise crítica de requisitos do cliente, as avaliações sobre impactos de
temperatura em peças de tolerância extremamente apertada.
Essa liçao aprendida também atualizou a análise de riscos.
Em seis meses de produção, nenhuma peça foi rejeitada pelo
cliente, mas mesmo assim, o Magrelinho sempre lacrava as caixas para que ninguém, ninguém mesmo, pudesse sacanear as
peças...
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